Tuesday, August 29, 2017

SEM O AZUL DE ZANZIBAR


Ah! A minha emoção,
em evaporação,
transluziu
transvariou
se espalhou, 
se desmanchou
na flor do corpo dela.
Tudo se confundiu
no mundo que fugiu
no gozo cor de rosa
que transformou em prosa
o nirvana na janela.
Ah! Não me aperte não!
O êxtase é ilusão;
concreta só a mão
no corpo,
na carne dela.
Já vejo tudo azul
vem um vento lá do sul
que saí do Guaporé
e, em inversa direção,
cai em Paracuru
cria maracatu,
espalha areia e guizo
lá por Jericoacoara
contente com meu riso,
que ri de tua cara,
vermelha e amarela,
estrela afogueada,
pelos barrancos altos
de Canoa quebrada
já não sabe de nada.
Não quero nem saber
se come mortadela
perdida em sua coxinha
navego céu e mar,
velas soltas pelo ar,
só sei mesmo é gozar
em Belém do Pará
nem sei mais de bazar,
de Tânia ou Jezebel,
até mesmo de mel, 
do céu de Calcutá,
da lua em Bagdá
ou mesmo se algum dia
irei a Zanzibar
eu quero é me acabar
de tanto te querer
vou gozar até morrer!


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