Monday, November 07, 2016

Três poemas de Umberto Saba

ULISSE                                      
Umberto Saba

O tu che sei sì triste ed hai pressagi
d’orore-Ulisse al declino-nessuna
dentro l’anima tua dolcezza aduna.
la Brama
per uma
pallida signatrice di naufragi
che t’ama?

ULYSSES

Ò, tu, que estais tão triste e com presságios
de horror-Ulysses em declínio- nenhuma
doçura dentro de tua alma acende
a chama
por uma
pálida sonhadora de naufrágios
que te ama.


NIESTZSCHE

Umberto Saba

Intorno a una grandeza solitária
non volano gli uccelli, né quei vaghi
gli fanno, acanto, il nido. Altro non odi
che il silenzio, non vedi altro che l’aria.

NIESTZSCHE

Em torno a uma grandeza solitária
não voam os pássaros, nem há brilho
criaturas fazem seus ninhos próximos. Não se ouve

nada mais que o silêncio, ninguém vê nada, somente o ar. 

LA STAZIONE

Umberto Saba

La stazione ricordi, a notte, piena
d’ultimi addii, di mal frenati pianti
che la trodatta in partenza affolava?
Un trombeta giù in fondo suonava
l’avanti,
ed il tuo cuore, il tuo cuore agghiacciava.

A ESTAÇÃO

A estação recorda, à noite, repleta
de últimos adeuses, de lágrimas mal contidas
que a tropa derrama na despedida.
Uma corneta, ao fundo, assinala
a hora de partir
e o teu coração, o teu coração se arrepia.  

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