Tuesday, April 26, 2016

Uma poesia de Salvatore Quasimodo

Già vola il fiore magro.         

Salvatore Quasimodo


Non sapró nulla della mia vita,
oscuro monotono sangue.

Non sapró chi amavo, chi amo,
ora che qui stretto, ridotto alle mie membra,
nel guasto vento di marzo
enumero i mali dei giorni decifrati.

Già vola el fiore magro
dei rami. Ed io attendo
la pazienza del suo volo irrevocabile.

Já voa a flor seca.

Não sei nada de minha vida,
escura, monótona, sangrenta.

Não sei a quem amava, a quem amo,
agora, que estreito, reduzido a meus membros,  
no danado vento de março,
enumero os males dos dias decifrados.

Já voa a flor seca
desde os ramos. Eu espero
a paciência de seu voo irretocável.  

Ilustração: www.tumblr.com


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