Tuesday, December 29, 2015

Um poema de Alfonso Camín

El Año Nuevo                                                                                              Alfonso Camín

Bien vayas, Año Viejo, segador implacable,
Que te vas de los campos con la mies de la vida,
Con tu fardo de crímenes, tu figura execrable
Y aún blandiendo en tus manos la guadaña homicida.

Nace el Año, heredero de los cetros del Mundo,
Y en el hondo sarcasmo de una noche de luna,
Cuando ruge a sus plantas el rencor iracundo,
Ve que tiene una enorme calavera por cuna.

La Locura y el Crimen se han vestido de gala;
Deje al Año que vuele la impecable paloma
Y un bautismo de sangre por su frente resbala...

Luce el mundo, a manera de un festín nunca visto;
Nuevamente tornamos a los tiempos de Roma,
¡Y los pueblos escupen al cadáver de Cristo!

O ano novo

É bom que sigas, Ano Velho, ceifador implacável,
Que te afastes dos campos com a colheita da vida,
Com teu fardo de crimes, tua figura execrável
E ainda empunhando em tuas mãos a foice homicida.

Nasce o ano, herdeiro dos cetros do mundo,
E no profundo sarcasmo de uma noite de luar,
Quando ruge em suas plantas o rancor iracundo,
Vê que tem uma enorme caveira para repousar.

A loucura e o crime se vestiram de gala;
Deixe o ano que vai a impecável pomba
E um batismo de sangue que por sua testa resvala ...

Brilha o mundo, como um festim nunca visto;
Mais uma vez voltamos ao velho tempo de Roma,
E as pessoas cospem no corpo de Cristo!

Ilustração: pastorclaudiorenato.blogspot.com


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