Friday, June 26, 2015

Uma poesia de Reina María Rodriguez

 
KITSCHMENTE                                            

Reina María Rodríguez

soy kitsch, y mis amores, mis pasiones, mis sentimientos, mis
amigos, mis condecoraciones, mis méritos y deméritos también.
tal vez de un kitsch idealizado, distinto, que tiene una cáscara más
refinada o “literaria” al ordinario. pero eso no me salva. este
personaje lo escogí, y aunque hubiera podido ser cualquier otro,
tal vez la bailarina de Tropicana, la jinetera o la monja, mi
fidelidad a la renuncia, a la abstinencia y a no ser múltiple -cierto
Gandhismo-, me empecinó en mí: megalómana, ridícula y cursi.
Yo emito señales (kitsch), para suplantar esa pérdida, esa absoluta pérdida;
para unir la falla, la rajadura que está entre mi potencialidad  y la  ausencia 
y hago concesiones para existir (kitschmente).

Kitschmente

sou kitsch, e meus amores, minhas paixões, meus sentimentos, meus
amigos, minhas condecorações, meus méritos e deméritos também.
talvez  de um kitsch  idealizado, diferente, que tem uma casca mais
refinada ou "literária" de ordinário. Porém isso não me salva. Este
personagem escolhi, e ainda que pudesse ser qualquer outro,
talvez a bailarina Tropicana,  a prostituta ou a freira, minha
fidelidade à renúncia, a abstinência e o não ser múltiplo- certo
Gandhismo-, se encrustou em mim: megalômana, ridícula e brega.
Eu emito sinais (Kitsch), para suplantar essa perda, essa perda total;
para unir a falha, a rachadura, que está entre minhas potencialidades e a ausência e  faço a concessões para existir (kitschmente).

Ilustração: fashion-rio.inverno09.blog.uol.com.br



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