Tuesday, May 19, 2015

Uma poesia de Jaime Gil de Biedma

 
CONVERSACIÓN                                                         
Jaime Gil de Biedma

Los muertos pocas veces libertad
alcanzáis a tener, pero la noche
que regresáis es vuestra,
vuestra completamente.

Amada mía, remordimiento mío,
la nuit c’est toi cuando estoy solo
y vuelves tú, comienzas
en tus retratos a reconocerme.

¿Qué daño me recuerda tu sonrisa?
¿Y cuál dureza mía está en tus ojos?
¿Me tranquilizas porque estuve cerca
de ti en algún momento?

La parte de tu muerte que me doy,
la parte de tu muerte que yo puse
de mi cosecha, cómo poder pagártela...
Ni la parte de vida que tuvimos juntos.

Cómo poder saber que has perdonado,
conmigo sola en el lugar del crimen?
Cómo poder dormir, mientras que tú tiritas
en el rincón más triste de mi cuarto?

Conversações

Os mortos, poucas vezes, liberdade
alcançam ter, porém, a noite
em que regressas é tua,
completamente tua.

Amada minha, remorso meu,
a noite é você quando estou só
e voltas tu, começas
em teus retratos a me reconhecer.

Que mal me provoca teu sorriso?
E qual dureza minha está em teus olhos?
Me tranquilizas porque estive perto
de ti em algum momento?

A parte de tua morte que me dói,
a parte de tua morte que eu coloquei
de minha autoria, como poder pagar-te ...
Nem a parte de vida que tivemos juntos.

Como poder saber que hás perdoado,
comigo sozinho na cena do crime?
Como dormir, enquanto te arrepias  
no canto mais triste da minha sala?


Ilustração: cortelentoevenenodoce.blogspot.com

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