Saturday, May 09, 2015

Outra poesia de Jaime Sabines

                                                                                                                     
SOLO EN SUEÑOS

Jaime Sabines

Sólo en sueños,
sólo en el otro mundo del sueño te consigo,
a ciertas horas, cuando cierro puertas
detrás de mí.
¡Con qué desprecio he visto a los que sueñan,
y ahora estoy preso en su sortilegio,
atrapado en su red!
¡Con qué morboso deleite te introduzco
en la casa abandonada, y te amo mil veces
de la misma manera distinta!
Esos sitios que tú y yo conocemos
nos esperan todas las noches
como una vieja cama
y hay cosas en lo oscuro que nos sonríen.
Me gusta decirte lo de siempre
y mis manos adoran tu pelo
y te estrecho, poco a poco, hasta mi sangre.
Pequeña y dulce, te abrazas a mi abrazo,
y con mi mano en tu boca, te busco y te busco.
A veces lo recuerdo. A veces
sólo el cuerpo cansado me lo dice.
Al duro amanecer estás desvaneciéndote
y entre mis brazos sólo queda tu sombra.

Só em sonhos

Só em sonhos,
só em outro mundo de sonhos te consigo,
em certas horas, quando fecho as portas,
atrás de mim.
Com que desprezo eu via os que sonham,
e, agora, estou preso em seu sortilégio,
enrolado na sua rede.
Com que mórbido deleite
te introduzo na casa abandonada, e te amo mil vezes
da mesma maneira distinta!
Estes locais, que tu e eu conhecemos,
nos esperam todas as noites
como uma velha cama
e há coisas que, no escuro, nos sorriem.
Gosto de dizer o de sempre,
e minhas mãos adoram tua pele,
e te estreito, pouco a pouco, até meu sangue.
Pequena e doce, te abraças a meu abraço,
e com a minha mão em tua boca, te busco e te busco.
Às vezes o recordo. Às vezes
só o corpo cansado me diz.
No duro amanhecer estais te desvanecendo
E, entre meus braços, só fica a tua sombra.


Ilustração: 1.bp.blogspot.com

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