Saturday, April 18, 2015

Uma poesia de Octavio Paz

Sonetos I                                                                 

Octavio Paz

Inmóvil en la luz, pero danzante, 
tu movimiento a la quietud se cría 
en la cima del vértigo se alía 
deteniendo, no al vuelo, sí al instante. 

Luz que no se derrama, ya diamante, 
detenido esplendor del mediodía, 
sol que no se consume ni se enfría 
de cenizas y fuego equidistante. 

Espada, llama, incendio cincelado, 
que ni mi sed aviva ni la mata, 
absorta luz, lucero ensimismado: 

tu cuerpo de sí mismo se desata 
y cae y se dispersa tu blancura 
y vuelves a ser agua y tierra oscura.

SONETO I



Imóvel na luz, porém, dançante,
teu movimento a quietude cria
e lá, em cima, da vertigem se alia
detendo, não ao voo, sim ao instante.

Luz que se derrama, já diamante,
detido esplendor do meio-dia,
sol que não se consome nem esfria
das cinzas e do fogo equidistante.

Espada, chama, incêndio cinzelado,
que nem a minha sede aviva nem a mata,
absorta luz, luzeiro ensimesmado:

teu corpo de si mesmo se desata
e cai e se dispersa tua blancura
e voltas a ser água e terra escura.


Ilustração: www.paixaoeamor.com

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