Wednesday, May 14, 2014

Francisco Luis Bernárdez


SONETO DEL AMOR VICTORIOSO

Francisco Luis Bernárdez

Ni el tiempo que al pasar me repetía
que no tendría fin mi desventura
será capaz con su palabra obscura
de resistir la luz de mi alegría,

ni el espacio que un día y otro día
convertía distancia en amargura
me apartará de la persona pura
que se confunde con mi poesía.

Porque para el Amor que se prolonga
por encima de cada sepultura
no existe tiempo donde el sol se ponga.

Porque para el Amor omnipotente,
que todo lo transforma y transfigura,
no existe espacio que no esté presente.

Soneto do amor vitorioso

Nem o tempo que ao passar me repetia
que não teria fim minha desventura
será capaz com a sua palavra obscura
de resistir à luz da minha alegria,

nem o espaço que um dia ou outro dia
convertia distância em amargura
me afastará da pessoa pura
que se confunde com a minha poesia.

Porque para o amor que se prolonga
por cima de cada sepultura
não existe tempo onde o sol se esconda.

Porque para o amor onipotente,
que tudo transforma e transfigura,
não existe espaço que não está presente.

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