Wednesday, November 27, 2013

Joan Manuel Serrat


Poema de amor

Joan Manuel Serrat

El sol nos olvidó ayer sobre la arena,
nos envolvió el rumor suave del mar,
tu cuerpo me dio calor,
tenía frío
y, allí, en la arena, entre los dos nació este poema,
este pobre poema de amor
para ti
Mi fruto, mi flor,
mi historia de amor,
mi caricias.
Mi humilde candil,
mi lluvia de abril,
mi avaricia.
Mi trozo de pan,
mi viejo refrán,
mi poeta.
La fe que perdí,
mi camino
y mi carreta.
Mi dulce placer,
mi sueño de ayer,
mi equipaje.
Mi tibio rincón,
mi mejor canción,
mi paisaje.
Mi manantial,
mi cañaveral,
mi riqueza.
Mi leña, mi hogar,
mi techo, mi lar,
mi nobleza.
Mi fuente, mi sed,
mi barco, mi red
y la arena.
Donde te sentí,
donde te escribí
mi poema…

Poema de amor 

O sol nos esqueceu, ontem, sobre a areia,
nos envolveu o rumor suave do mar,
teu corpo me deu calor,
tinha frio,
e, ali, na areia, entre nós dois nasceu este poema,
este pobre poema de amor,
para ti.

Meu fruto, minha flor,
minha história de amor,
minhas carícias
Minha humilde lamparina,
minha chuva de abril,
minha avareza
Meu pedaço de pão,
meu velho refrão,
meu poeta
A fé que perdi,
meu caminho
e o meu reboque
Meu doce prazer,
meu sonho de outrora,
minha bagagem
Meu suave canto,
Minha melhor canção,
minha paisagem
Meu manancial,
meu canavial,
minha riqueza
Minha lenha, minha lareira,
meu lugar, meu lar,
minha nobreza
Minha fonte, minha sede,
meu barco, minha rede
e a areia

Onde te senti
onde te escrevi
o meu poema.

Ilustração: poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

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