Sunday, April 08, 2012

Outra poesia de Rosalía Castro


Cando penso que te fuches

Rosália de Castro


Cando penso que te fuches,
negra sombra que me asombras,
ó pe dos meus cabezales
tornas facéndome mofa.

Cando maxino que es ida,
no mesmo sol te me amostras,
i eres a estrela que brila,
i eres o vento que zoa.

Si cantan, es ti que cantas;
si choran, es ti que choras;
i es o marmurio do río,
i es a noite, i es a aurora.

En todo estás e ti es todo,
pra min i en min mesma moras,
nin me abandonarás nunca,
sombra que sempre me asombras.

Quando penso que te fostes

Quando penso que te fostes,
negra sombra que me assombras
logo ao pé dos meus ouvidos
tornas fazendo-me mofa..

Quando imagino que és ida ,
no mesmo sol te me amostras,
e és a estrela que brilha,
e és o vento que voa.

Se cantam, és tu que cantas;
se choram és tu que choras;
e és o murmúrio do rio,
e és a noite, e és a aurora.

Em tudo estais é tu és tudo,
pra mim e em mim mesma moras,
não me abandonarás nunca,
sombra que sempre me assombra.

Ilustração: barbarafilipaa.blogspot.com

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