Saturday, October 01, 2011

Mais de José Luis García Martins


Elogio del olvido

José Luis Garcia Martins

¿A qué grabar un nombre en las paredes,
manchar con torpes trazos la blancura
deslumbrante, impoluta, de la nada?
¿A qué este vano empeño de ir dejando señales,
de escribir en la arena, a resguardo del viento,
las triviales miserias que conforman tu vida?
Sobre las tercas líneas que dibujan un rostro
ha de pasar la mano piadosa de los años
borrando letras, sílabas, palabras sin sentido.
El papel en que escribes volverá a estar en blanco.
¿Y habrá dicha mayor que no haber sido?

De "El pasajero" 1992

Elogio ao esquecimento

Por que escrever um nome nas paredes,
manchar com torpes traços a brancura
deslumbrante, impoluta, do nada?
Por que este vão empenho de ir deixando sinais,
de escrever na areia, protegido do vento,
as misérias triviais que fazem sua vida?
Sobre as tenuês linhas que desenham um rosto
hão de passar a mão piedosa dos anos
apagando as letras, sílabas, palavras sem sentido.
O papel em que escreves voltará a ficar em branco.
Haverá sorte maior do que haver sido?

Ilustração: ultradownloads.uol.com.br

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