Tuesday, August 30, 2011

E ainda mais uma vez Enrique González Martínez


Carta de Gato a uno de sus amores

Enrique Gracia Trinidad

Hice añicos la luna del espejo.
Ya no podía resistir más su respuesta miserable.
Cada vez que buscaba en su interior,
yo desaparecía, estabas tú.
Me decías:
“¡Qué viejo estás! ¿no te das cuenta?”

Recogí los cristales diminutos,
teñidos con la sangre de mis manos.
Te los hice llegar envueltos en papel de celofán.
No acusaste recibo, pero
jamás podrás decir que no te regalé la Luna.

De "Sin noticias de Gato de Ursaria" 2004
(Premio Emilio Alarcos de poesía del Principado de Asturias 2004)

Carta de um gato para um dos seus amores

Fez-se em pedaços a lua no espelho.
Eu não podia resistir mais à sua resposta miserável.
Cada vez que buscava em seu interior,
eu desaparecia, estavas tu.
Me dizia: :
"Que velho estais! Não te dais conta? "

Recolho os cristais minúsculos,
tecidos com o sangue das minhas mãos.
Os fiz chegar embrulhados em papel celofane.
Não acusastes o recebimento, mas,
jamais poderás dizer que não te dei a lua.

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