Thursday, November 04, 2010

Jaramillo



Algún día

Darío Jaramillo

Algún día te escribiré un poema que no
mencione el aire ni la noche;
un poema que omita los nombres de las flores,
que no tenga jazmines o magnolias.
Algún día te escribiré un poema sin pájaros,
sin fuentes, un poema que eluda el mar
y que no mire a las estrellas.
Algún día te escribiré un poema que se limite
a pasar los dedos por tu piel
y que convierta en palabras tu mirada.
Sin comparaciones, sin metáforas;
algún día escribiré un poema que huela a ti,
un poema con el ritmo de tus pulsaciones,
con la intensidad estrujada de tu abrazo.
Algún día te escribiré un poema, el canto de mi dicha.

Algum dia

Um dia te escreverei um poema que não
mencione o ar ou a noite;
um poema que omita os nomes das flores
que não tenha jasmim ou magnólia.
Um dia escreverei um poema sem pássaros
sem uma fonte, um poema que se desvie do mar
e não olhe para as estrelas.
Um dia escreverei um poema que se limite
a passar os dedos por tua pele
e que as palavras se convertam no teu olhar.
Sem comparações, sem metáforas;
Um dia escreverei um poema com teu perfume,
um poema com o ritmo de tuas pulsações,
com a intensidade esmagadora do teu abraço.
Um dia escreverei um poema, um canto da minha felicidade.

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