Thursday, November 02, 2006

AINDA O GRANDE BORGES

Una brújula
A Esther Zemborain de Torres

Todas las cosas son palabras del
Idioma en que Alguien o Algo, noche y día,
Escribe esa infinita algarabía
Que es la historia del mundo. En su tropel
Pasan Cartago y Roma, yo, tú, él.
Mi vida que no entiendo, esta agonía
De ser enigma, azar, criptografía
Y toda la discordia de Babel.
Detrás del nombre hay lo que no se nombra;
Hoy he sentido gravitar su sombra
En esta aguja azul, lúcida y leve,
Que hacia el confín de un mar tiende su empeño,
Con algo de reloj visto en un sueño
Y algo de ave dormida que se mueve.

Um Compasso

a Esther Zemborain de Torres

Todas as coisas são palavras
Do idioma em que alguém ou algo, noite e dia,
Escreve esta infinita algaravia
Que é a história do mundo. Em seu tropel
Passam Cartago e Roma, eu, tu, ele.
Minha vida que não entendo, esta agonia
De ser enigma, possibilidade, criptografia
E toda a discórdia de Babel.
Atrás do nome há o que não se nomeia;
Hoje tenho sentido o gravitar de sua sombra
Nesta agulha azul, lúcida e leve,
Que até os confins do mar tem seu domínio,
Como algo de um relógio visto em sonho
E algo de um pássaro dormindo que se move.

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